Thursday, August 30, 2007

Distâncias

A conversa poderia ser resumida assim: é que enquanto os evangélicos, apesar do que se possa dizer, ainda primam na escola de amar o próximo, o pessoal católico está mais numa de "amar o distante".

PS: Caro Zé, embora tenha dito que preferia a conversa, a escrita não deve ser descurada. Por isso, inicio com este post uma rubrica com algumas conclusões tiradas a partir do que conversarmos sobre a tua leitura do Mero Cristianismo (embora este post nada tenha a haver com o livro). Até podemos dar-lhe um nome e tudo, assim podias dar-lhe seguimento no teu blog, e até podíamos numerar os posts. No fim, imprime-se e guarda-se para a posteridade em formato físico, que possa envelhecer e ser mostrado aos netos. Lol. Que dizes?

Monday, August 06, 2007

Condução

Boa parte do discurso de Jesus foi proferido em sermões, mas há uma outra boa parte da acção e mensagem que surgiu em reacção a situações e em conversa quando era interpelado. O que conhecemos do discurso e acção de Jesus consta na Bíblia, o livro que elegemos Palavra de Deus, escrita sob a inspiração do Espírito Santo.
Tendo isto presente, é um bocado assustador pensar que o ser humano é livre. Quero dizer, pensar que o que sabemos de Jesus possa ter dependido das pessoas que foram ter com ele e da forma como se lhe dirigiram. Pensar, por exemplo, que se os fariseus tivessem a astúcia para isso, poderiam ter mantido um silêncio bem menos comprometedor do que as abébias que levaram nas discussões com Jesus, e assim omitir aos nossos dias uma parte importante do que havia a dizer sobre religião. E de Nicodemos dependeu termos o nosso precioso João 3:16, e etc, e por aí em diante.
Dá para se ser liberal com isto e pensar que de Jesus recebemos exactamente aquilo que sentimos necessidade de saber, mas resta uma desordem pouco própria para quem apregoa um Soberano Divino.
No fim a pergunta é “quem é que conduziu a escrita da Bíblia?”.

Saturday, August 04, 2007

Complicar a tarefa

De cada vez que o conhecimento avança, o cristianismo ganha novas responsabilidades. De certeza que a leitura do Génesis se tornou mais atenta quando se começou a duvidar da existência de um autor do universo. E que de cada vez que os filósofos disseram coisas novas, houveram cristãs preocupados em tentar que não perdêssemos o barco. E acho que com as teorias do Freud deve ser a mesma coisa.
Falo na minha ignorância, que nem sei como classificar aquela parte do programa de Psicologia do 12ºano, se é ciência se é filosofia.
O que é certo é que em vez de um feitio linear e superficial, deixou-nos três patamares de profundidades diferentes e variáveis. Três patamares por domar, ou para entregar à acção do Espírito Santo, dependendo das sensibilidades e denominações.
Seja como for, isto vai bem com a nossa doutrina. A Jesus não chegavam as acções, ele sempre desejou o nosso querer. Não basta não cometer adultério, é preciso não querer cometer adultério, porque querendo-o, cometemo-lo. Já em que estágio da mente é que é preciso não querer, isso é mais complicado. Suponho que haja uma data de gente disposta a arredondar para 3, e também suponho que essa seja a minha opinião. Só que entretanto assusto-me. Nem é preciso recorrer ao patamar dos sonhos.

Quanto a Freud, ficamos-lhe com uma dívida de gratidão, mesmo tendo ele sido mauzinho prá gente e ter feito de nós crianças.
Está escrito algures neste blog que a ciência louva a Deus, e talvez estes meandros entre a ciência e a religião também o façam. Assim como o uso do microscópio revelou um mundo mais complexo e inesperado à experiência dos sentidos, também o Homem é definido de uma forma que se coaduna muito mais com criação divina do que com as teorias da evolução.