Mal agradecido

«Não lhes basta ser coerentes com os valores que defendem: exigem que os outros se submetam ao império da sua suposta superioridade moral. Ora, essa é seguramente mais uma razão para votar "sim". »

Isto frustra. Que ainda haja gente a escrever isto na imprensa de divulgação nacional. Andamos nós, cristãos submissos às recomendações bíblicas de honestidade e sinceridade, a ensinar os ateus a serem laicos como deve de ser, raiando por vezes a palermice e o perdedorismo, mas vem-me este dizer que andamos a impor aos outros as nossas convicções, quando lhes andamos a impor as convicções deles.

Isto do aborto é torto desde o início. Como é que se concebe que seja a esquerda a defender o Sim?...

Assinalo assim o dia de amanhã

Com mais pompa e circunstância do que é habitual (talvez por calhar a um fim de semana), mais uma vez com o scanner a fazer as vezes de uma máquina fotográfica que ainda hei-de conseguir quando receber o meu primeiro ordenado.

Pela caligrafia os conhecereis

Ah, ainda seguindo de perto o post em que scanei o livro de pensamentos do Pascal, por favor nunca ninguém me venha de falar de tal coisa como " o problema de não se ter verdadeira maturidade". A não ser, claro, que ainda conserve a caligrafia da primária. Nesse caso, preenchem-se os pré-requisitos mínimos e indispensáveis para começar uma conversa sincera.

Só falta um

Um dos dois que me fez rir à gargalhada durante a leitura de um livro já bateu as botas. Ao outro também já não deve restar muito tempo.

Do desejo de ser estimado por aqueles com quem se convive

Isto prova, por exemplo, que não existe tal coisa como pós-modernidade. Não é preciso complicar. Somos adolescentes tardios (já este termo é uma complicação desnecessária; somos homens e mulheres) desde sempre. Ou pelo menos, desde o século XVII.

Corroborado

Ouvir hoje nas notícias um fulano do PS a dizer que o inimigo número 1 da vitória do Sim era abstenção apoia o que escrevi no post anterior, e mostra que eles sabem muito bem a má fé da coisa.
Com certeza isto é tudo uma questão de abnegação pelo progresso. Deve ser isso.

O prognóstico

Sem grandes dúvidas, adivinho a vitória do Não no referendo do aborto, porque os que desinteressadamente fazem "o amor" (linguagem do Curto Circuito, portanto acessível aos mias novos), desinteressadamente desinteressar-se-ão do referendo. Nem sequer vão às urnas votas pelo próprio direito ao desinteresse.

Pelo contrário, essa cambada desses fundamentalistas desses religiosos celibatários, até vão fazer fila.

Eles devem ser meio cristãos

Isto assim até parece os acampamentos.

Espertalhões e seus pais espirituais

Na minha pasmaceira, ocorreu-me que os mesmo espertalhões que aceitam de pernas abertas as teorias dos académicos para definir a sua condição existencial (ateia nos costumes, mas com uma consciência levemente disponível para acreditar num Deus que nos dê vida depois de o coração deixar de bater) são os primeiros a negar a autoridade dos académicos quando sabem as notas dos testes. Normalmente insultam-nos.

Sugestão

Sugiro que os Rodrigues deste blog, se tiverem tempo para isso, e gostarem logo das primeiras linhas, leiam semanalmente este blog, para cinco minutos semanais de calmaria e leitura da boa.

Estatística

«1ª Parte – Teste Paramétrico

Esta parte do trabalho tem por objectivo analisar a influência que o gosto musical de cada pessoa poderá ter na aparência física.
Escolhemos para população em estudo as participantes de um concurso de beleza, devidamente sujeitas a um questionário sobre as suas preferências musicais. No questionário, do tipo “cruz na resposta correcta”, constavam duas respostas possíveis: “hip-hop” e “outros”.
Considerámos como pressuposto, que a pontuação do concurso de beleza é uma forma numérica e objectiva de avaliação da aparência física.
A informação sobre as pontuações das concorrentes foi cruzada com as respostas sobre os gostos musicais das correntes, de modo a podermos tirar ilações sobre a questão em estudo.
Os dados relativos aos gostos e às pontuações encontram-se na tabela 1 em anexo (arrumada em duas colunas por motivos de espaço). Na primeira coluna encontram-se as pontuações (nome da variável: “pontuação”), de 0 a 20; e na segunda, encontram-se os gostos musicais (nome da variável: “gostos_musicais”), em que “hip-hop” é representado por “0”, e a categoria “outros” é representada por “1”.»

«2ª Parte – Teste Não Paramétrico

Esta segunda parte do trabalho tem como objectivo analisar os níveis de adrenalina de duas populações distintas. Este teste tem por objectivo analisar os níveis de adrenalina antes e depois de dois concertos distintos: um concerto de punk rock e um concerto de reggae. Para cada grupo foram analisados 10 indivíduos. Irá ser testado, para os níveis usuais de significância, se os níveis de adrenalina antes e depois dos concertos são significativamente diferentes e também se as duas amostras são provenientes da mesma população, também antes e depois dos concertos.
Os dados relativos aos níveis de adrenalina encontram-se no output 2, em anexo.»

Há coisa de dois anos, eu e um colega meu entregávamos o trabalhito "facultativo" de Métodos Estatísticos que encantaria a professora das aulas práticas. Com certeza sentiu-se embelezada.
Eu fiz a primeira parte, o meu colega semi-punk que faz acrobacias com bicicletas fez o segundo.

Na minha parte, deturpei o ficheiro de dados "medição do peso da população de linces da península ibérica", ou lá que era aquilo. As fêmeas passaram a gostar de hip-hop, e os machos, da categoria "outros".

4 valores em 4 valores possiveis foi o resultado da brincadeira.