Monday, August 06, 2007

Condução

Boa parte do discurso de Jesus foi proferido em sermões, mas há uma outra boa parte da acção e mensagem que surgiu em reacção a situações e em conversa quando era interpelado. O que conhecemos do discurso e acção de Jesus consta na Bíblia, o livro que elegemos Palavra de Deus, escrita sob a inspiração do Espírito Santo.
Tendo isto presente, é um bocado assustador pensar que o ser humano é livre. Quero dizer, pensar que o que sabemos de Jesus possa ter dependido das pessoas que foram ter com ele e da forma como se lhe dirigiram. Pensar, por exemplo, que se os fariseus tivessem a astúcia para isso, poderiam ter mantido um silêncio bem menos comprometedor do que as abébias que levaram nas discussões com Jesus, e assim omitir aos nossos dias uma parte importante do que havia a dizer sobre religião. E de Nicodemos dependeu termos o nosso precioso João 3:16, e etc, e por aí em diante.
Dá para se ser liberal com isto e pensar que de Jesus recebemos exactamente aquilo que sentimos necessidade de saber, mas resta uma desordem pouco própria para quem apregoa um Soberano Divino.
No fim a pergunta é “quem é que conduziu a escrita da Bíblia?”.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

por aí não se vai lá.
para se dormir descansado é melhor pensarmos em quem orientou a escolha dos livros que deveriam fazer a Biblia.

Tuesday, August 07, 2007  
Blogger Tiago Franco said...

Pois, eu não queria era ir por aí. Mas se tiver acontecido como me contaram, dá para nos deixar apreensivos.
Setenta e tal monges a ler os candidatos a livros da Bíblia, cada um na sua casota...

(com todos os pontos que eu possa ter acrescentado ao conto) Nesse caso, dá mesmo a sensação que a Bíblia foi uma possível resposta a uma necessidade de uma época.

Azar o meu que a minha "classe de catecúmenos" tenha sido tão numerosa e diversa...

Wednesday, August 08, 2007  
Anonymous Anonymous said...

E se entrasses pela crítica textual, ui...aí é que as coisas se complicam a sério! A história do copismo da Bíblia mete medo, pela diversidade de manuscritos diferentes dos mesmos livros desde os fragmento mais antigos que se conhecem (2º século) até (vamos ficar por aí) à Idade Média. Não imaginas as alterações entre uns e outros...é de arrepiar. Se te disser que a tão famosas King James ou a Vulgata Latina, na qual se baseia a versão Almeida) se basearam em cópias de cópias de cópias de manuscritos que hoje, muitas delas, se sabe serem de fraquissima qualidade, ainda custa mesmo.
Bom, e a questão do Velho Testamento e a questão de datas e autorias ainda é mais nebuloso.
Por isso, no fim de tudo, por ser tanto a suscitar dúvidas para algo que se diz a Palavra de Deus, fica-se a saber só uma coisa: é impossível saber e resgatar as versões originais dos livros que compõem a Biblia, visto terem sido manuseadas durante demasiado tempo por copistas que não se coibiam de acrescentar a sua visão pessoal do assunto no que copiavam.
Posto isto, só nos resta acreditar que a mensagem é demasiado poderosa para que não seja a de Deus.

Thursday, August 09, 2007  
Blogger Tiago Franco said...

Pois é... eu tinha noção de alguns dos "motivos de medo" que apresentaste.

Em tudo isto, em todo o processo, e mesmo quando se fazem esclarecimentos e estudos para os meninos da Igreja como eu, dá-me sempre a sensaçao que as pessoas não se importam de pregar uma mentirinha ajudadora, ou desvio de conversa estratégico, quando se fala nisto. Como quem acha que é para nosso bem.

Tenho pensado na atitude do C.S. Lewis (segundo o artigo sobre ele no site do GBU) de, não acreditando na Bíblia como Palavra de Deus, falava dela como se ela o fosse. Ainda assim, falta um porquê. Talvez o que tu disseste.

Thursday, August 09, 2007  

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