Sunday, June 15, 2008

Trivialidades à moda antiga

Foi um tal de Bernardo Pires de Lima, no sempre espectacular Olhar o Mundo (tenho pena de não conseguir ver mais vezes). Queixava-se ele de as decisões políticas tomadas por Toni Blair terem sido influenciadas pela religião, quando historicamente está mais que sabido que a mistura das duas nunca deu bons resultados.

É óbvio que este escritor não concebe uma religião que não seja institucional. Pergunto-me sobre o que ele responderia se a mistura da política fosse agora com convicções pessoais. Regra geral, isso já faz parte da fórmula do sucesso. Um líder tem que ter convicções fortes, e tal. Nunca passa pela cabeça das pessoas, pelo menos aquelas cuja opinião é ouvida, que as convicções pessoais possam ser religiosas. Ou extremando a coisa, quando Jimmy Carter andava a mediar negociações de paz, estaria a ser menos religioso do que um George Bush que identifica e dita a sentença a um tal de Eixo do Mal? Que tal confrontar os princípios da religião deles para ver qual deles está mais de acordo?

Friday, June 13, 2008

Improbabilidades


Gostava de ver o Cristiano Ronaldo a ir buzinar para a rotunda com o Bentley em homenagem a estas meninas, um conjunto que enquanto selecção nacional, faz sentido.

Compreender a simpatia dos religiosos pelo conhecimento

O indiano do laboratório diz que era certinho. E que depois entrou na universidade e começou a beber e a fumar.

(calhou acordar com disposição para imolar o emigrante que labuta num computador a dois metros do meu)

Compreender a simpatia dos muçulmanos por nós

O indiano do laboratório não comia carne de vaca. Desde que chegou a Portugal, passou a comer.

(eu sei que os indianos não são muçulmanos, mas a ideia permanece)

Art deco?!

Não suporto comentadores desportivos fãs do Deco. O Carlos Daniel abusava, mas o men da TVI conseguiu igualá-lo. Perdeu-se uma possível vantagem de os jogos não serem emitidos pela RTP.

Tuesday, June 10, 2008

Catecismo

Quando se ouve o Pinto da Costa a defender-se com as criancinhas, não chega ficar vermelho e acusá-lo de demagogia. Não o conhecemos de lado nenhum, não temos motivos para ficarmos de algum modo ofendidos. O que importa é o raciocínio manhoso, apenas isso.
O que temos de dizer ao senhor Pinto é que é que as criancinhas são de facto bem mais importantes do que o futebol. O futebol é só um jogo ou nem isso, apenas uma jogatana, que não tem importância absolutamente nenhuma. Mas a pessoas tendem a dar-lhe importância. Como tal, achamos que ao estar a dar exemplo nesta coisa, haverá maior hesitação nos futuros incumprimentos da justiça em todas as outras áreas, bem mais relevantes. Em princípio, chegará mesmo a acontecer uma redução nos números da pedofilia (que pode ser tara ou doença, mas também é injustiça).

Thursday, June 05, 2008

Mas ele é católico

Ontem fui ver o José Mattoso, porque a casa dos meus pais inclui a dispendiosa colecção de enciclopédias coordenada pelo senhor. Foi um bocado nabo a falar durante a apresentação, mas teve de o cuidado de prevenir o público de que isso iria acontecer. E também tinha o defeito de não ser lá muito cirúrgico a responder às perguntas das pessoas; arredondava por excesso e respondia o suficiente para quatro ou cinco perguntas encadeadas.
Mas ainda assim gostei, por motivos que não me levariam a aconselhar outras pessoas a ir àquela palestra. O senhor José Mattoso é um católico que é protestante. Falou sobre as questões que os protestantes levantaram no início do protesto, como o celibato, os santos ou as indulgências, e deixou a ideia de concordar com o ponto de vista protestante. Aqui e ali ia deixando pormenores que um evangélico costuma valorizar (ou pelo menos assim era, antes da preocupação constante com as cantorias). Mas houve o momento em que, se quisermos levar a coisa para o campo das sensações como elas costumam ser tratadas, houve ali comunhão, com ele e com pelo menos este evangélico que aqui escreve. Foi quando alguém lhe perguntou pelo papel de Deus na história. Ele respondeu com uma menção ao Dietrich Bonhoeffer (apresentou-o como pastor protestante e como uma das pessoas que alinhou em tentar matar o Hitler); explicou-a e disse que era assim que ele via as coisas. Mas ele é católico.

Ao meu lado houve um casal que saiu um pouco antes do fim do debate; acho que segredaram que aquilo estava a ser demasiado religioso. Pareciam ofendidos.

Tuesday, June 03, 2008

Orgulho nacional - 1

Antes que comece o monopólio televisivo total, deixem-me desde já dizer que o meu patriotismo me impede de apoiar a selecção. As três cores do meu coração levam-me mais rapidamente a torcer pelo Sportém nas competições europeias (Taça Uefa) do que vibrar com os livres do Cristiano Ronaldo.
Talvez isto se deva ao crescimento em meio cristão, e como tal, a uma visão mais esclarecida de amor. A selecção é apenas uma paixoneta de Verão, uma amizade colorida e periódica. Mas cá o SLB, os lagartos e os tripeiros, estão connosco o ano todo.

Lá está, lá está...

Sunday, June 01, 2008

Por pouco não percebo

Tudo nos foi escarrapachado. Bastavam ver os desenhos animados para encontrar toda a lição sobre amizade, responsabilidade, solidariedade, compromisso, sinceridade, altruísmo, etc. E na escola, aquelas aulas de história mostravam de uma forma tão clara os erros e as virtudes da humanidade. E no entanto, o mundo e o país em que vivo é isto.
Se estivesse totalmente atónito, diria que isto era tudo porque somos uma cambada de miúdos mal-criados. Mas convém dar o salto em que se põe a educação num lugar mais apropriado.