Pediram austeridade?

Uma tarde de praia estragada por uns fulanos (maiores de idade, da classe económica média) que se puseram a jogar à bola em toda a extensão do areal. Nunca tinha visto nada assim. E, pressupondo que estas coisas podem ser extrapoladas desta forma, prossigo. Não é por acaso que nunca tinha visto nada assim.
Este ano, a polícia marítima começou a exercer a autoridade com multas a toda a espécie de infracção, não poupando crianças, velhos e mulheres. Claro que não estando presentes, há quem sinta a trela solta e não prescinda de lhe dar todo o uso possível.
Na minha cabeça, esta é a ilustração necessária para quem inspira por austeridades à antiga. Só funcionam com presença total dos agentes da autoridade. Para além disso tem o defeito de apenas funcionar. Não mudam mentalidades, ou quando muito, pioram-nas.

Picuinhice que se recomenda

Quando andava no andebol, durante os jogos, todos matávamos a sede do mesmo garrafão. Na altura, o meu pai desaconselhava, porque era pouco higiénico. Os meus ouvidos entendiam qualquer coisa entre a mariquice e a brincadeira infantil de se apanhar pessanha. Hoje não posso pensar da mesma forma. Há esta coisa da herpes, que está tão difundida que é objecto de rivalidade no espaço publicitário dos canais de televisão. Está tão difundida que não é preciso ser-se maroto para a ter. Agora, ser-se picuinhas é de facto o mesmo que ser-se prudente.

A minha flovert

Ontem pus uma fotografia minha no Hi5 em que empunhava uma carabina de pressão de ar. O resultado: três comentários de um dia para o outro. Arrepiado, passei-a de Profile Photo para fotografia normal, de modo a reduzir-lhe o protagonismo.

Com esta destreza com que os assaltantes recorrem a armas, é bem provável que daqui uns tempos, para além de meninas em biquíni na internet, hajam meninos a exibir armas cheios de estilo, começando nas espingardas dos pais, depois passando para outros adereços mais eficazes. E quem sabe até colares de balas, piercings de fulminante...

Eu com os meus vinte e três anos e um curso superior, inocentemente, involuntariamente e incontinentemente não resisti a enfeitar-me da minha flovert (como o meu avô lhe chama).

Os Jogos que mais acompanhei em toda a minha vida

Detesto quando as pessoas comentam o desempenho de desportistas. Regra geral, demonstram que não percebem nada do assunto. Avaliar o empenho através das declarações após o esforço é tão parvo... É muito maior motivo de indignação o penteado da Telma Monteiro do que as queixas da arbitragem.
Entretanto, Vanessa prega-me a primeira desilusão. Aquilo que ela disse é sobre a Telma Monteiro. Aliás, o problema desta comitiva olímpica será ter demasiadas pessoas nascidas em 1985 (ano em que também eu nasci, bem como outros exemplares de instabilidade, como Cristiano Ronaldo) sem referência para os controlar. Acontece que Telma é proeminentemente gira. Atletas como Naíde não sofrem do mesmo problema.

Seria incorrecto não postar este post

Faz falta um ataque pessoal

Acabo de ver um documentário sobre a discórdia dentro da Igreja Anglicana. Assim logo à partida, fico com a sensação que a discussão está de tal forma politizada que desvia os participantes dos preâmbulos mais elementares de uma discussão saudável, como por exemplo, o ataque pessoal.
Antes de se perguntarem se é mau que um homossexual seja ordenado, podiam começar por interrogar se, por exemplo, o próprio Akinola (o líder e a cara do grupo conservador dissidente) tem as qualidades para liderar uma congregação e pregar o evangelho (para além da retórica e extroversão). E depois de concluir que se alguém que tão servo de si mesmo não será adequado (sendo esta avaliação tão objectiva e difícil de fazer), então muito menos seria um homossexual. Mas pronto, isso é lá com a religião deles, que é diferente da minha, e que tem as suas embrulhadas muito próprias.

Três pecados

Nota-se que a malta mais nova das igrejas é caracterizada pela perda de valores. E como de costume, a música tem a função de remover camadas. É que se antes, cantava-se com o espírito "isto é pouco, mas é o que temos", agora cantamos com a maior convicção que temos um bom produto. Acho que consigo encontrar pelo menos três pecados na frase anterior.