Friday, June 01, 2007

Blogues, choque, divagação, conclusão

Quando cheguei aos blogues, fui tomado por um entusiasmo desmedido entusiasmo. Finalmente, encontrar não uma ou duas, mas várias mentes que pensavam mais ou menos como eu e tinham chegado a uma mesma meia dúzia de conclusões que, penso eu, são parte estruturante da formação da personalidade de uma pessoa. Não foi só gostar, foi sentir identificado.

Mas também houve alguns choques de frente. Como por exemplo o apoio à guerra no Iraque, e até mesmo ao próprio Bush. Ou o desinteresse, e até mesmo desprezo por escritores alguns escritores que o meu critério imparcial consideraria bons (sim, a conjugação do verbo no conjuntivo foi premeditada). Chegar a um mundo que desaprova “A Gaivota E O Gato Que A Ensinou A Voar” (embora nunca o tenho visto escrito, é fácil concluir que sim), do Luís Sepúlveda foi e ainda é duro. Descobri um cepticismo europeu que não imaginava existir. E há o caso das pessoas que não são ateias nem religiosas, e que até aceitam a ortodoxia dos religiosos, e no entanto, passados mais de dois anos, começaram a saber-me a um veneno de efeito mais lento do que o ateísmo militante.

Todas estas coisas a que não me habituei são para mim como tentar encaixar os legos nos pinipons. O meu organismo ainda as considera antinaturais, o que me faz periodicamente regressar à temática da sinceridade. Palavra que quando me lembro das pessoas que apoiavam o Bush, ocorria-me muito mais perguntar-lhe as motivações do que os argumentos.

E claro que isto também me leva a perguntar-me sobre a hipótese que temos ou não de contrariar a educação – questionar ainda vai, agora contrariar parece-me mesmo difícil. Se existe alguém a apoiar Bush e a minha mente não só me impede de imaginar tal coisa, mas até mesmo de a aceitar, pode-se dizer que sou uma pessoa pouco criativa e não muito inteligente, mas não abarco a totalidade das culpas e afirmo que a educação é mesmo muito poderosa.

Parece-me que questioná-la deve ser um exercício contínuo, mas perco-me no ponto de levar a cabo as conclusões. É neste ponto que saem as máximas “quem não arrisca não petisca”, “a sorte sorri aos audazes”, ou no meu meio “deixemos o Espírito Santo trabalhar em nós”.

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