Thursday, June 21, 2007

Ferrugem no horizonte

Uma das dores na vida de um cristão é a diferença de objectivos nessa mesma vida. Um cristão necessariamente acha secundário coisas como ganhar uma partida de futebol, torcer e celebrar vitórias da selecção nacional de futebol, tirar um curso universitário, casar, ver os filhos casarem-se, ser aumentado no ordenado, comprar um carro novo, ter uma reforma que dê para passear, sobreviver a um acidente, a morte de um familiar, e por aí em diante. A análise fria não pode deduzir muito mais para além disto. No fim, há os que se salvam e os que não se salvam, e o resultado desta partida é o disparatadamente mais importante de todos. E Jesus dizia para não ajuntarmos tesouros na terra onde a traça e a ferrugem consomem, e só um evangélico baptista americano da linha dura de entre os fundamentalistas é podia pensar que Jesus estava a falar apenas em brincar aos tesouros dos piratas (enterrar literalmente moedas debaixo do chão). Até porque depois, seguem-se os tesouros que devemos ajuntar, no Céu, onde não há traças nem ferrugem.

Se por acaso o sorriso do cristão não for suficientemente rasgado quando o seu amigo não crente tirar o curso, não deve ser levado a mal. Há uma alegria possível e sincera na alegria do próximo. Mas a tal análise fria relembra que no fundo, só está a enterrar o tesouro um pouco mais fundo.

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