Sunday, May 11, 2008

Homenagem ao maestro - 2 - Ressucitar coisas

Monday, January 17, 2005

Homenagem a "il Maestro"
(Antes que acabe a carreira, e logo venham as carpideiras todas contar das suas virtudes)Tens sido ao longo do tempo o meu jogador preferido. Aliás, de todos os membros do estrelato, nacional e internacional, sempre foste o que me causou a melhor impressão. Mais do que qualquer estrela da música ou do cinema. Mais do que o Johny Depp ou o Jorge Palma.Foste dos poucos jogadores, dos únicos, que alguma vez vez vi a jogar com o coração. Já vi os que jogavam com as mais variadas partes do cérebro, já vi os que jogavam com os tomates, já vi os que jogavam com alegria, já vi os que pura e simplesmente jogavam, mas a ti, quase sempre te vi a jogar com o coração. Sim, "quase sempre", porque tu és um homem. Dos poucos jogadores de futebol que aparentaram dar o salto de rapaz para homem, ainda durante a vida de jogador.Admiro a tua fixação pelo Benfica, enquanto estiveste no Benfica, assim como a tua fixação à Fiorentina, enquanto por lá estiveste. Ficaste lá até ao fim. E quando por fim esse final chegou, mantiveste-te no Calcio, campeonato conhecido por ser o "dos duros". Dos rijos dos queixos.Se um dia fosse jogador de futebol, gostava de jogar como tu, inteligente, sempre agarradinho ao chão, com dois olhos a valerem por quatro, e com o radar sempre apontado para a baliza, prestes a ordenar o lançamento de uma monumental pastilha.Foste o número dez por onde passaste e serás sempre, mesmo que vistas uma camisola com um setenta e dois estampado na costas. Tens um dez tatuado na alma. O verdadeiro dez, a milhas de distância das más imitações.Ficarei sempre com a visão do teu golo contra a Inglaterra no nosso Euro 2004. Todo o aspecto era o de um filme. Um filme não, um desenho animado. Um animé. Eras um Tsubasa, com o equipamento rente ao corpo, e o cabelo nos olhos. Lá ias tu, galgando metros aos saltinhos, mas com a bola magneticamente colada ao chão, a passar pelos desprevenidos ingleses, quando chegaste à entrada da área e fizeste aquilo. Um comentador da televisão disse que armaste o míssil. Aquilo não foi um míssil, aquilo foi um kame ameh projectado pelos pés. Foi um golo para ser visto em ecrã 16:9. Sim, nesse dia eras um animé, enraivecido pelas más linguas, no limiar da tranformação para super-guerreiro. E soubeste-te vingar honradamente.Nunca tentaste ser outro quando falavas à imprensa, ao contrário dos outros todos. Falaste como sabias, do que sabias. Não tentaste ser mais do que já eras.Aqui fica a minha homenagem a Rui Manuel César Costa.

posted by um tiago at 13:16 4 comments

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