Mudar o discurso
Há argumento contra a fé cristã que é usado com alguma frequência e do qual discordo. Aquele que diz que no Velho Testamento Deus era mau, violento, assassino e genocida, mas que no Novo Testamento, já é Deus de amor, misericordioso e disponível para toda a gente. Deus que muda não é lá grande Deus, isso é de certeza (opiniões do mesmo sub-tipo aqui).
Por partes. Não consigo discordar que no Velho Testamento, Deus tenha sido um bocado bruto. Há casos como a matança dos primogénitos no Egipto que é de um sadismo que excede qualquer doidinho da minha geração. E Deus fez limpeza étnica, matava os povos circundantes aos hebreus até ao último choro do último recém-nascido. E a violência é inegável, por exemplo na aplicação da Lei em apedrejamentos até à morte. Isto consta tudo no Velho Testamento.
Discordo sim que no Novo Testamento haja a tal mudança em Deus. Toda esta violência foi sofrida por Jesus, aquele que, dizemos nós, foi o Filho de Deus. Assim, temos Deus a entregar o próprio Filho às mãos da Humanidade, recebendo na mesma medida o castigo que há séculos tinha aplicado aos egípcios.
Fez parte da natureza humana de Jesus nascer com uma etnia, a judia claro, cujo povo fez a folha ao Filho do próprio Deus.
Jesus podia ter sido julgado pela Lei de Deus, mas por essa ela era inculpável. Nós, criaturas humanas, tivemos de dar à volta à questão, de tal forma que Jesus morreu crucificado, ou seja, um castigo romano, proveniente de uma lei que Ele não subscrevia. Uma morte nada agradável, diga-se.
(e podia até acrescentar que enquanto os castigos do Velho Testamento eram mais dirigidos ao corpo, o sofrimento de Jesus foi mais completo, com aquilo a que hoje se chamaria tortura psicológica, digo insulto e humilhação, traição e deserção)
Estas coisas estão nos Evangelhos, que já fazem parte do Novo Testamento. Depois disso, ainda sabemos do apedrejamento de Estêvão e da decapitação de João Baptista (por agora, não estou a ver mais nenhum caso de morte violenta ou sádica). Já são casos em que o sentido muda. Em vez de Deus castigar os outros, são os outros a castigar os de Deus - os filhos de Deus, continua o "castigo sobre a descendência".
E este pessoal todo seguia a Lei, a tal do Velho Testamento, que era violenta e repressora. Sobre ela, Jesus pedia um cumprimento menos dualista, que não fosse só fazer e não fazer coisas, mas também que colhesse a nossa crença.
Isso há-de ser de alguma forma relevante no assunto.
Por partes. Não consigo discordar que no Velho Testamento, Deus tenha sido um bocado bruto. Há casos como a matança dos primogénitos no Egipto que é de um sadismo que excede qualquer doidinho da minha geração. E Deus fez limpeza étnica, matava os povos circundantes aos hebreus até ao último choro do último recém-nascido. E a violência é inegável, por exemplo na aplicação da Lei em apedrejamentos até à morte. Isto consta tudo no Velho Testamento.
Discordo sim que no Novo Testamento haja a tal mudança em Deus. Toda esta violência foi sofrida por Jesus, aquele que, dizemos nós, foi o Filho de Deus. Assim, temos Deus a entregar o próprio Filho às mãos da Humanidade, recebendo na mesma medida o castigo que há séculos tinha aplicado aos egípcios.
Fez parte da natureza humana de Jesus nascer com uma etnia, a judia claro, cujo povo fez a folha ao Filho do próprio Deus.
Jesus podia ter sido julgado pela Lei de Deus, mas por essa ela era inculpável. Nós, criaturas humanas, tivemos de dar à volta à questão, de tal forma que Jesus morreu crucificado, ou seja, um castigo romano, proveniente de uma lei que Ele não subscrevia. Uma morte nada agradável, diga-se.
(e podia até acrescentar que enquanto os castigos do Velho Testamento eram mais dirigidos ao corpo, o sofrimento de Jesus foi mais completo, com aquilo a que hoje se chamaria tortura psicológica, digo insulto e humilhação, traição e deserção)
Estas coisas estão nos Evangelhos, que já fazem parte do Novo Testamento. Depois disso, ainda sabemos do apedrejamento de Estêvão e da decapitação de João Baptista (por agora, não estou a ver mais nenhum caso de morte violenta ou sádica). Já são casos em que o sentido muda. Em vez de Deus castigar os outros, são os outros a castigar os de Deus - os filhos de Deus, continua o "castigo sobre a descendência".
E este pessoal todo seguia a Lei, a tal do Velho Testamento, que era violenta e repressora. Sobre ela, Jesus pedia um cumprimento menos dualista, que não fosse só fazer e não fazer coisas, mas também que colhesse a nossa crença.
Isso há-de ser de alguma forma relevante no assunto.
1 Comments:
Nunca tinha pensado nisso assim. Faz sentido mas não é aceitável. Digo eu...
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